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Fazendo a palavra popular : conceito de diáspora e estrangeirismos.

 

Palavras tem poderes inimagináveis, muitas vezes pessoas são até excluídas de processos e espaços por conta da linguagem, a língua nos caracteriza. Partindo dessa realidade gostaria de falar sobre o conceito de diáspora e os estrangeirismos que são cada vez mais frequentes no Brasil.

A alguns anos atrás precisei estudar sobre grandes autores da antroplologia e li o livro de Stuart Hall ( da diáspora , que é um livro moderno, de 2003) e vi pela primeira vez a palavra diáspora, ou talvez nunca tivesse prestado atenção na importância e significado dessa palavra.

 O conceito de diáspora por extensão histórica é “A dispersão de um povo por motivo maior” , como perseguições ou preconceito de natureza politica, etnica, religiosa e etc.Falando sobre a diáspora africana, de acordo com o site da fundação palmares quando milhões de pessoas de diversos povos da África foram sequestrados e escravizados trouxeram consigo modos de vida,cultura,praticas religiosas,liguas,organizações politicas e etc.

A diáspora que hall nos faz refletir está na atualidade, ou seja,  Nós compomos a diáspora. Por nossa própria existência e movimentos diásporicos, que podem ser entendidos como a nossa ressignificação ( palavra difícil né? Melhor reconhecimento, nosso reconhecimento como pessoas pretas) como fazemos isso? Na música:  como hip hop, funk,  num penteado de cabelo, no sincretismo e muito mais.   Olha só o Brasil, somos o país com a maior população afro descendente fora do continente africano.

Um dia vendo a incrível professora Zélia amador de Deus falando sobre a diáspora, chegando a hora das perguntas ,tive  a oportunidade de faze-la a seguinte pergunta: como tornar o conceito de diáspora mais popular? Fiquei com vergonha e a oportunidade passou. Sei que teria sido uma resposta enriquecedora, quem sabe um dia consigo perguntar para ela em outro momento. Mas sinto a importância de tudo que é auto reconhecedor, que nos legitimiza, logo, precisamos popularizar não só a palavra diáspora, mas sentir todo o poder que essa palavra tem por conta de tudo que ela traz consigo, que é a nossa própria história.

Em outra mão me vejo um tanto inquieta com a exigência de certas pessoas por estrangeirismos na nossa língua, como se fosse nossa obrigação sempre compreender e usar palavras que já estão amplamente difundidas como jargões coorporativos: network, feedback, business são alguns exemplos. Veja bem meu bem, não posso expressar opinião sobre os estrangeirismos na nossa língua, porque eles já são um realidade a muitos anos, mas pela exigência que estejamos sempre atualizados a estes termos, isso causa uma demanda por mais e mais palavras e termos assim. Também consequência da modernidade e globalização (que já se tornou uma palavra antiga) pois muitos estrangeirismos são em quase todos os casos palavras em inglês,e relacionadas à tecnologia. Termos para atividades, programas ou aplicativos e até verbos como o verbo gugar (pesquisar algo no google).

Por que não incorporamos mais palavras e termos dos povos originários (povos indígenas) na nossa língua? Ou das línguas afro? Fica a reflexão. 

Também é interessante a adequação que a gente faz pra se apropriar desses termos. Tenho certeza que você tem alguns exemplos como: WhatsApp se tornou zap, black Friday se tornou blackfry e muitos outros.

Enfim, vamos nos apropriar do poder palavra e torna-la acessível. Me conta de ti, abraços, até mais.


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